A data de 27 de janeiro é mundialmente lembrada como o “Dia em Memória às Vítimas do Holocausto”, pois marca o aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um discurso dizendo que este ano a ONU lembra a data dando ênfase às crianças. Ele disse: “Hoje, ao recordar todos àqueles que perderam sua vida no Holocausto — desde crianças até adultos –, peço que todas as nações protejam os mais vulneráveis, independente de raça, cor, gênero ou religião. As crianças são especialmente vulneráveis ao pior da humanidade. Devemos mostrar-lhes o melhor que este mundo tem para oferecer.”
Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aproveitou para fazer uma ligação com o que Israel tem vivido em relação ao Irã nos últimos tempos. Para ele, a maior lição do Holocausto é que Israel “deve forjar quantas alianças forem possíveis no mundo” para agir contra qualquer ameaça existencial. E acrescentou: “não devemos enterrar nossa cabeça na areia. O regime iraniano pede abertamente a destruição de Israel, e planeja a destruição de Israel e age pela destruição de Israel. A lição é que as nações do mundo devem ser despertadas”.
Na data de hoje, muitas homenagens pacíficas foram realizadas em vários lugares do mundo, inclusive em Auschwitz. Também foi lançado pelas Nações Unidas o aplicativo, IWitness, que dá acesso a testemunhos de cerca de mil sobreviventes do genocídio ocorrido na Alemanha nazista durante a Segunda Guerra. O projeto tem o apoio da Universidade do Sul da Califórnia e seu banco de dados foi organizado pelo Instituto Shoa, fundado pelo diretor de cinema Steven Spielberg, que é judeu. Além de depoimentos, também podem ser lidos quase 52 mil documentos sobre essa página triste da história.
Kiyo Akasaka, subsecretário-geral das Nações Unidas para as Comunicações e Informação Pública, entende que usando a tecnologia, “os estudantes vão poder aprender mais sobre o Holocausto e o seu significado histórico hoje em dia. Em breve, eles vão descobrir a relação com as suas vidas e comunidades”.
O padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, ao lembrar da data escreveu em um editorial oficial: “[Há] 67 anos, em 27 de janeiro de 1945, teve fim a infâmia de Auschwitz. O Dia da Memória foi instituído nesta data, ligada ao local simbolicamente mais terrível da tragédia do Holocausto. Não podemos e não devemos esquecer. Se existiram homens capazes de chegar a tão absurda atrocidade, ninguém nos assegura que no futuro isso não possa se repetir”.
Para ele, o holocausto e sua lembrança são também um ‘lugar teológico’ inevitável. “É o lugar da pergunta mais radical sobre Deus e o mal. É o lugar da última seriedade de estar diante de Deus, das profundas perguntas que lhes fazemos, do silêncio diante do mistério”. E finalizou dizendo: “O Papa polonês [João Paulo II] e o Papa alemão [Bento XVI], em Auschwitz, lembraram das vítimas. Nós também continuaremos a fazer isso neste dia, em solidariedade, em primeiro lugar, ao povo de Israel e a todas as vítimas do absurdo ódio homicida, negação de sua dignidade, de qualquer povo ou língua a que tenham pertencido e pertencem”.
Com informações O Repórter, Estadão e ONU
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