Quem conhece o pastor Carlos Batista, da banda Antidemon, imagina que se trata de um jovem roqueiro que aceitou a Cristo em sua mocidade e resolveu levar o evangelho para seus antigos amigos. Mas isso não é verdade, Batista nasceu dentro da igreja e nunca se desviou e nem ao menos conhecia o mundo underground até que recebeu o chamado de Deus para trabalhar com essa tribo.
“Deus começou a revelar letras de canções com mensagens muito fortes que falavam explicitamente de que é satanás e suas obras e o grandioso poder de Deus sobre isso”, conta o pastor que tinha na mente fazer missão com tribos indígenas.
“Depois acordava com melodias que jamais havia ouvido, com guitarras distorcidas e vocais guturais… Nunca havia ouvido ou visto nada sobre o Heavy Metal ou qualquer vertente desse estilo”, lembra o hoje vocalista e baixista de uma das maiores bandas de WhiteMetal do Brasil.
Batista conta que sua vida passou por diversas transformações. De empresário ele passou a perder tudo o que tinha e começou a coletar produtos recicláveis para sobreviver e sempre ouvindo de Deus as diretrizes para alcançar um grupo de pessoas do qual ele não fazia parte.
Ao encontrar a Galeria do Rock, no Centro de São Paulo, Carlos Batista entendeu o que Deus queria para a vida dele, pois ali, no meio de góticos, punks e metaleiros ele conheceu rapazes cristãos que faziam parte do ministério Christian Metal Force (CMF). “Naquele momento eu queria contar tudo o que estava acontecendo na minha vida e que eu tinha certeza que Deus os havia colocado na minha frente e agora já podia começar ao lado deles a cumprir o meu chamado”.
Em 1994 surgia então a banda Antidemon que passou a levar o evangelho através de canções e conseguiu salvar a muitos. Mas como a igreja não estava preparada para receber aqueles jovens cabeludos, cheios de piercings e tatuagens, Batista fundou em 2008 a Comunidade Zadoque e hoje está liderando a Crash Church.
Batista explica um pouco de seu ministério: Nossa igreja é um lugar onde todos podem adorar a Deus com bastante liberdade de expressão. E conta também que além dos trabalhos de evangelismo a Crash Church também tem trabalhado nos albergues da cidade convivendo com pessoas humildes, moradores de rua. “Tem sido muito frutífero”, adianta o pastor.
Quebrando estereótipos do meio evangélico
Não é só a aparência do pastor “metaleiro” que choca os evangélicos mais tradicionais, o som de sua banda também incomoda aqueles que insistem em dizer que o rock é do diabo. Mas é com esse estilo que ele e sua banda conseguem entrar em lugares onde os evangélicos tradicionais jamais entrariam.
“Eu acredito que não me pareço um Pastor segundo os conceitos que as Igrejas e pastores em comum esperam. Mas isso não me deixa triste, pelo contrário, mostra e revela a cada dia mais para mim mesmo que estou no caminho certo e que Deus me colocou”.
Hoje Carlos Batista tem certeza de que seu estilo e sua música são na verdade uma arma que Deus lhe deu para encontrar os perdidos. “Meu estilo, meu visual, minha música, são armas importantes que recebi de Deus para entrar nesse meio tão fechado e carente de Deus”.
Citando o que o apóstolo Paulo relata em I Corintios 9:19-23, ele ressalta a palavra Fiz-me porque na verdade ele não era, mas se tornou um metaleiro. “Eu posso parecer um louco cabeludo, tatuado, e para quem olha até um drogado… Mas o que sou é apenas um servo de Deus tentando alcançar algumas pessoas que há tanto tempo nunca foram alcançadas pelo evangelho de Jesus Cristo”.
Conheça mais sobre o ministério do pastor Carlos Batista:
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